Magnatas da hegemonia

Por Liam Bourn follow @LiamBourn on Twitter/Gettr

Primeiro momento. Cada casa real age a favor da preservação dos interesses dinásticos em equilíbrio com os do povo nacional; pois, sem a garantia do bem-estar popular e, portanto, sem o consensus populi, a monarquia hereditária desaba, e o país cai em uma república dos oligarcas.

Segundo momento. A Monarquia Britânica perde sistematicamente poder político desde a Revolução Gloriosa a qual fora financiada pela Companhia Holandesa (VOC) para juntar as forças dos britânicos com os holandeses contra os franceses no comércio nas Índias Orientais.

E, à medida do tempo, a depender dos vícios e virtudes do Monarca da ocasião, a monarquia foi instrumentalizada, para mais ou para menos, pelos Rothschild, Milner e cia para que, em simbiose, o consórcio atingisse os seus interesses em comum de hegemonia cultural e econômica.

Devido a monarcas fracos, como Jorge VI e Isabel II – os alemães oriundos da Casa Saxe-Coburgo-Gota, o poder de ação política da Coroa foi se tornando fictício, perderam a condição de Império no séc. XX e restando-lhe apenas o natural poder de unidade nacional (figurehead).

A Coroa foi utilizada pelos magnatas para a instauração da hegemonia euramericana, sem a qual os globalistas não teriam a segurança da estabilidade institucional, a certeza da continuidade política e a simbologia de ordem psicossocial: indispensáveis para encamparem os projetos.

“Monarquia para nós, república para eles” – basicamente foi assim que o consórcio agiu no mundo durante os séculos XIX e XX, vide Brasil. Certa vez, o Rei Faruque do Egito disse que um dia as monarquias do mundo iriam acabar e só iria sobrar a Britânica. Por quê? Ora, ora…

Mas perceba que, para a instauração da nova fase da NOM distópica, materialista e tecnocrática dos globalistas euramericanos, a natural simbologia axiológica (tradicional e nacional) emanada das monarquias (ainda que ocasional e subjetivamente corrupta) se revela um problema.

É provavelmente por isso que o idiota útil Harry Windsor, assim como fora Eduardo VIII, fora cooptado como arma para destruir não só a reputação de sua família, mas a própria pedra angular da unidade britânica, a Coroa de Alfredo, um símbolo de identidade e tradição de um povo.

E, por outro lado, é talvez por isso que o Carlos III esteja a reclamar a restauração do poder de ação da Coroa, a ponto de, agindo de modo pragmático, e talvez inspirado ao revés por Chesterton, busque ajuda no globalismo islâmico para preservar a existência da Coroa de Alfredo.

Depois da infiltração ideológica no Vaticano, as monarquias europeias estão buscando sobrevivência em conluio com plutocratas globalistas, às vezes, com organizações e instituições americanas, servindo como agentes de desestabilização, através de seus aparatos estatais.

Assim como a KGB designava a STB para operar “medidas ativas” no Brasil, enquanto os russos se preocupavam com outras frentes de atuação, assim também os globalistas europeus utilizaram, muitas vezes, o aparato da Coroa Espanhola para operar “hibridamente” na América do Sul.

Perceba que Juan Carlos I liderava a Cúpula Ibero-Americana em que figurava as famosas lideranças do Foro de São Paulo. A Espanha contribuiu com a elaboração de estudos como o PNDH-3, a Constituição Chavista e, dias atrás, fez lobby para o Parlamentarismo Republicano no Brasil.

Não há como oferecer resistência institucional contra setas neoimperialistas advindas dos três cantos do globo (EUA, Europa e Ásia) senão for por meio do Princípio de Paridade de Armas. Com uma vulnerável república é impossível desafiar monarquias europeias e monocracias eurasianas.

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