Muito se fala sobre a dinastia Avis. Fonte de inúmeras considerações e discussões acaloradas, vê-se um despertar de uma linha alternativa imediata de sucessão para aqueles que não conhecem Direito Dinástico e uma possibilidade de reserva para aqueles que conhecem um pouco sobre o assunto.
Talvez, a maior fonte de discussão esteja na representatividade e pensamento sobre o que é o Brazil e para onde se dirige seu povo, se recuaremos àquelas tradições mais conservadoras ou adaptaremos as tradições, obviamente sem perder sua essência, em direção à Nova Terra de Santa Cruz e suas vertentes atuais.
Com a atual tendência esquerdista dos principais países do mundo, a necessidade de conservar aquilo que somos e a Família é fundamental mas, concomitante ao pensamento, deve-se entender a heterogeneidade na qual se insere a população.
É importante a adaptabilidade do Movimento. Seu pensamento deve ser mutável sem perder a essência, buscar o “velho” dentro do “novo”. Como fazer isso batendo em teclas engessadas e de pouca procura nacional como atuais posicionamentos e defensores?
Qualquer monarquista que se preza e utiliza-se do lema: “buscar um monarquista a cada dia para a Causa Monárquica” deve refletir como abordar e corroborar com os principais agentes hoje presentes na Família histórica brasileira.
Obviamente esta merece um respeito considerável e incomensurável pelos afazeres e pela trajetória tão bem conhecida, mas precisa-se ter uma segunda opção, uma segunda opinião para não se taxar de única alternativa, como se vê algumas vezes em seletos grupos.
A taxação de “única alternativa possível” além de ser algo irreal é perigoso, pois pode acabar com um Movimento de identidade nacional (e importância vital) como o em questão.
Precisa-se ter firmeza e não apenas conhecimento, precisa ter carisma e não apenas tradição. Existe a busca pelo entrelaçar de povos dentro do Brazil, de sua cultura, pensamento, para engendrar uma real união em torno dos principais temas e pensamentos. Ser brasileiro é complexo e é uma arte esta construção.
Perto do povo, do pensamento brasileiro, resguardando-se em seus ideais, não apenas em grupos seletos e amizades fáceis por ter os mesmos princípios, é uma questão de bom senso.
Sair da zona de conforto e sentir o Brazil com sua regionalidade e destreza, sentir as mazelas das desigualdades e celebrar as etnias, religiões, tradições locais, estratificações diversas a serem apresentadas é de bom tom e uma auto-reflexão necessária aos sucessores. Como é uma arte e como deve ser grande o amor pelo povo de seu imperador.
Brazil, terra tão esquecida por interesses próprios, tão diverso em pensamentos e ações que convergem àquilo que sempre foi a primazia do país: família, cristandade, oportunidades e celebração da vida. Seja pelo Conservadorismo da Direita, seja pelo que é o Movimento Monárquico em essência.
Talvez, com esse intuito, tenha iniciado a busca dessa dinastia Avis, antecessora da atual Casa Orleáns e Bragança.
Muitos hão de se perguntar: “-Mas como saber?”. Simples: a tecnologia a favor da verdade. Com as genealogias diversas em plataformas online, com exames de DNA de antepassados trabalhando com probabilidades, com historiadores jovens famintos por trabalho monárquico, pode-se reaver uma Casa de forma científica e evitar charlatões, messiânicos e lunáticos.
Pensar na cientificidade é pensar em uma base honesta de busca de antecedentes, da nobreza esquecida por motivos diversos de dispersão de pessoas do passado (guerras, perseguições, imigrações, entre outras). Hoje, como a dinamicidade citada acima, a tecnologia nos proporciona trabalhar com probabilidades, as plataformas nos trazem documentos inter-relacionados, retiram-se as amarras de grupos seletos duvidosos e trás a tona a verdade.
Esse trabalho começou, está crescendo com afinco e verdade. A nobreza obriga (noblesse oblige)…
A sensatez do Movimento Monárquico dirá por si, não há necessidade de explorar o decadente, não há necessidade de usarmos pensamentos messiânicos, a nobreza é o que é, os recursos estão aí para serem usados, assim, usemo-los.
D. Marcelo Marques
Grão-Mestre da Ordem dos Milagres de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Duque da Espada de Rubi e Par da Ístria
Marquês de São Pelegrino pela Casa Arpades
Marquês de São João Batista pela Casa Schina
Chanceler do Círculo Monárquico Mogiano
Médico imunoalergologista e emergencista.