Detalhadamente explicado na obra de Pacepa & Rychlak, o conceito correto de “Desinformação” tem sido disfarçado no Brasil a fim de despistar sua origem e mascarar seus efeitos destrutivos.
Desinformação é a prática de aplicar a técnica militar a todos os campos da sociedade, como educação, administração pública, direito, empresas e ao jornalismo, como objetos desta abordagem.
A técnica foi criação de ninguém menos do que Lenin, e visa solapar a liberdade, atacar a religião e promover o terrorismo, como explicam logo no subtítulo da obra.
Não se trata, como repetido de forma leiga de “notícias mal apuradas” ou mentirosas. Aliás, o costume de distorcer ou apagar o real significado das palavras da história, também é mencionado no livro como prática de desinformação.
Outro termo importante é o enquadramento; entendido como a decisão de enquadrar um determinado inimigo do regime como alvo para ter a reputação destruída, a personalidade desconstruída perante a sociedade e a posteridade.
Para melhor compreensão da profundidade das técnicas compartilho alguns trechos como o espaço permite, apenas para compreensão:
“Os comunistas tinham algo entre ideologia nenhuma e uma ideologia disfuncional. Temos uma ideologia que quase todos os americanos subscreveriam: democracia, império das leis e a América como, nas palavras de Lincoln, ‘a última, a melhor esperança do mundo’. A maioria de nós também tem uma religião, geralmente o cristianismo ou o judaísmo. Isso levou o bloco soviético, e leva nossos inimigos atuais, a um ataque cuidadosamente calculado – ou a um enquadramento – para destruir a religião: a espalhar o antissemitismo, a manchar a reputação de um papa ou outros líderes da igreja como antissemitas, quando eles na verdade trabalharam pesado para proteger os judeus durante o período nazista“.
Em outro trecho:
“(…) dezinformatsiya cuidadosamente elaborada, como a peça dos anos 1960 O Vigário, que sujava a reputação do Papa Pio XII utilizando literatura suplementar, caso notável pelas fotografias adulteradas, as edições enganadoras, etc. (…) no bloco soviético havia mais gente trabalhando em dezinformatsiya do que nas forças armadas ou na indústria de defesa. Era, e em alguma medida ainda é, um esforço notável. Apesar de sua perfeição na arte do enquadramento, de sua experiência e sua motivação enquanto ditadura baseada em serviço de inteligência que necessita de nós como inimigos, à medida que avançamos no século XXI percebemos que a Rússia não é o nosso principal problema“.
E segue:
“Desinformação causou danos mundiais à reputação dos Estados Unidos e agora está fincando raízes mesmo nesse país. Para combater essa arma invisível, primeiro precisamos reconhecê-la pelo que ela é e decifrar sua missão velada, uma vez que é costumeiramente apresentada em vestes civis inócuas“.
Pronto, agora você nunca mais verá a desinformação como uma coisa tola.
É uma prática terrível, que aplicada de diversas maneiras em toda parte atinge o fim de destruir o inimigo sem disparar um só tiro.
Vimos o resultado ontem na posse fantasma de Joe Biden, mas doravante quando você ouvir ou ler algo como:
“Não existe tratamento precoce para COVID-19”; “existe um gabinete do ódio comandado por 03 e 04”; “Valéria Bolsonaro – ex-mulher do Presidente”; “STF não interferiu”; “marido errático”; “miliciano ligado ao assassinato de vereadora conforme depoimento de porteiro” e outras frases ficcionais, não trate como pura e simples bobagem de quem está com “crise de abstinência”. É atitude militar, de guerra, ordem de “enquadramento” dada para destruir a imagem perante a sociedade e a história de alguém.
Distorcem significados das palavras para tirar o poder dos comuns de, pelo conhecimento do idioma, poder nomear as coisas, coordenar os pensamentos utilizando adjetivos sem pertinência com a conduta. Assim, um médico altamente especializado, muito mais do que qualquer jornalista, se torna um “negacionista e genocida” por querer receitar remédios utilizados há décadas, suplementos e vitaminas para o tratamento preventivo ou precoce no caso da COVID-19.
O livro de Pacepa & Hychlak demonstrou em pormenores como se deu o processo de destruição da reputação do Papa Pio XII, que vem sendo praticado até o dia de hoje pela repercussão de trabalhos como “O papa de Hitler” de John Cornwell e a ação de agentes de influência, como Jean Paul Sartre. Vejam:
“Hoje a maioria das pessoas de fato acredita que desinformação de fato deriva de alguma palavra francesa. Mas o dicionário francês oficial, o Larousse, não menciona a palavra desinformation em 1952 e tampouco em sua edição de 1978. Naqueles primeiros anos de pós-guerra, o governo francês percebeu o estratagema de Moscou. Em 1954, rejeitou qualquer paternidade francesa da palavra desinformação, acusou o Conselho Mundial da Paz de ser uma organização de fachada da KGB e o expulsou da França. Um dos agentes de influência soviéticos mais relevantes na época, o filósofo francês Jean-Paul Sartre tentou persuadir o governo francês a revogar sua decisão. Ele caluniou publicamente os Estados Unidos como um país racista que sofria de hidrofobia política. Não ajudou. Moscou foi forçado a mover a sede do Conselho Mundial da Paz temporariamente para Praga sob ocupação soviética e mais tarde para a “neutra” Helsinque. No topo da comunidade da KGB se sabia que Jean-Paul Sartre era utilizado como agente de influência. Os arquivos da KGB ainda estão selados, mas fatos sobre a cooperação de Sartre com a KGB começam a vir à luz.”
Tenho certeza de que agora você se lembrou de algum “coronalover” youtuber, político ou jornalista destes por aí.
Voltando aos métodos, vamos usar o exemplo de Pio XII, citado no livro.
Pio XII era respeitado e enaltecido como herói por todos os judeus durante, e logo após, a guerra, mas por meio de falsos documentos, artigos, reportagens, peças de teatro, montagens de remontagens, mais de um bilhão de pessoas foram iludidas para odiá-lo, conforme destacou Gary Krupp, presidente da Pave The Way Foundation.
Krupp destacou ainda em outras palavras que: “O livro do Gen. Ion Mihai Pacepa e do prof. Ron Rychlak revelou a secreta dezinformatsiya do Kremlin, entendida como imensa maquinaria na realização do pior assassinato de reputação do século XX, causador de grande tensão entre judeus e católicos. A empreitada de dezinformatsiya ainda está dividindo o mundo judaico-cristão.”
E nós no Brasil, um dos maiores países católicos do mundo, amigo de Israel e dos Estados Unidos, estamos aonde neste xadrez?
Existem três livros essenciais para a compreensão da infiltração comunista no Brasil e seus efeitos (minha dica): “Depoimento” de Carlos Lacerda, “Invasão vertical dos bárbaros” de Mario Ferreira dos Santos e o “1964 – o elo perdido. O Brasil nos arquivos secretos do serviço comunista” de Mauro Abranches e Vladimir Petrilák.
O relato contido no depoimento de Carlos Lacerda, de como o conservadorismo brasileiro de então foi sufocado, é de uma urgência e importância gritantes. Dá uma ótima visão da presença comunista no Brasil, destaco alguns trechos:
“Os três formavam o que eles chamavam a troika, representavam o Korminform, a Internacional Comunista de Moscou, no Brasil: o Leon Jules Vallée, o Berger e o Baron, que na realidade eram os homens que mandavam no Prestes. O Prestes era um executor das decisões deles. E eles enganados pelo Prestes e pelo pobre do Miranda – que era um bom sujeito até – iludiram-se completamente sobre a situação brasileira. Uma vez eu fui a uma reunião – foi onde conheci o Miranda – e assisti estarrecido, nas vésperas do movimento de novembro de 35, a descrição que o Miranda fazia do Nordeste. Ele dizia que já tinham feito ligação com o bando do Lampião e que Lampião ia agitar o interior; que os índios estavam preparados para a guerrilha e que ia haver guerrilhas urbanas em Recife, etc. Enfim, eles criaram nos pobres dos russos a ideia de que o Brasil estava em estado pré inssurrecional, pronto para levantar as massas, etc. E as massas, é claro, assistiram na mais absoluta indiferença o bombardeio e a destruição do III Regimento na Praia Vermelha. As pessoas ficaram nas janelas vendo as balas passarem e não tomaram absolutamente conhecimento do movimento. Quer dizer, foi um negócio que não teve nada a ver com o povo, nem com operário, nem com coisa nenhuma. Foi um golpe. Nitidamente um golpe. Se é verdade que 35 oficiais do Exército foram mortos, dormindo, pelos comunistas, eu não sei nem posso afirmar. Mas não duvido.”
Ainda:
“Essa é uma fase realmente muito triste da minha vida, porque amigos de infância, amigos de todo dia, amigos de café, amigos de confidência, amigos desde os tempos de namoro, amigos de tomar chope – nesse tempo a gente não tinha dinheiro para uísque, era chope mesmo . . . – me voltavam a cara na rua. Havia um famoso artigo 13 dos estatutos do Partido Comunista, que proibia conversar com os inimigos do proletariado e traidores do partido. Então os sujeitos voltavam ostensivamente a cara. E pior do que isso, começavam a inventar tudo, até sobre a honra da minha mulher. (…) Então, essa fase foi particularmente dolorosa, porque você se sente assim ‘leproso’, um ‘réprobo’, compreende? Afora a dificuldade de encontrar emprego: você chega a uma redação de jornal e não tem vaga para você. Chega a um lugar e: ‘Ah, é uma pena, você é um sujeito tão bom, um repórter ótimo, mas a vaga que tinha já foi preenchida ontem’. Então vai se criando aquele vazio em torno de você.”
Os “justiçamentos” se baseiam neste artigo. Entendeu talvez até uma das inspirações para o número “13” do PT? Isso aconteceu no Estado Novo. Imagine hoje, imagine após a posse de ontem (20) nos Estados Unidos, desse grupo governante, que possui um “Olavo do mal” que é o Saul Alinsky?…
Alinsky foi professor e mestre de Clinton, Hillary, Obama. Seu pensamento e linha de ação tomaram o poder nos Estados Unidos. Lembrem-se: “Técnica militar aplicada a todos os campos da sociedade que visa solapar a liberdade, atacar a religião e promover o terrorismo”.
Por terrorismo entenda nas suas mais diversas formas (Antifa, ISIS, Hezbollah, BLM, facções criminosas, etc.). Dai também o duplo padrão, que também é chamado de “tolerância repressiva” e já foi abordado em outros escritos nesta Tribuna de Santa Cruz.
Usando esse método injusto e desprezível, os jornalistas da mídia mainstream sempre buscam “um paralelo a se agarrar” como forma de acusar o oponente do que eles fazem. Por isso assistimos Amanda Klein dizer no “Opinião no ar” desta quarta (20) que o MAGA (em referência aos invasores do Capitólio), dentre os quais se sabe que houve infiltrados (Antifa, BLM, etc.) devem receber tratamento de “terrorismo doméstico” e que ali havia “supremacistas brancos”.
Pura narrativa de desinformação visando “enquadrar” os manifestantes, pelo simples fato de que existe todo tipo de gente dentre os apoiadores de Trump, que aliás teve votação recorde entre latinos e negros, o que surpreendeu os democratas.
Olavo de Carvalho, em artigo do “Mídia sem Máscara” traz uma interessante descrição:
“Mas tudo isso ainda não era desinformação. Invenção pessoal de Lenin, a desinformação (desinformátsya) consiste em estender sistematicamente o uso da técnica militar de informação falseada para o campo mais geral da estratégia política, cultural, educacional etc., ou seja, em fazer do engodo, que era a base da arte guerreira apenas, o fundamento de toda ação governamental e, portanto, um instrumento de engenharia social e política. Isso transformava a convivência humana inteira numa guerra – numa guerra integral e permanente. Quando Hitler usou pela primeira vez, em 1939, a expressão “guerra total” para designar um tipo moderno de guerra que não envolvia apenas os políticos e militares, mas toda a sociedade, a realidade da coisa já existia desde 1917 na Rússia, mesmo sem combates contra um inimigo externo: o socialismo é a guerra civil total e permanente“.
Como visto a dezinformatsiya é amplamente utilizada nos dias de hoje, tendo como seus mais ilustres propagadores os jornalistas da mídia mainstream; que conjugam o caráter mercenário desses veículos com sua formação universitária e experiências de estudo e filosofia na juventude; todas orientadas pelo comunismo, para, como “soldadinhos de Lenin” agirem como uma força destruidora do ocidente e seus valores, mesmo sem sabê-lo.
A posse de Joe Biden e Kamala Harris nos mostra que é a forma de guerra mais efetiva utilizada até hoje e, conjuntamente a outros instrumentos citados por Yuri Bezmenov em suas palestras, são uma força irresistível, exceto para um grupo de pessoas: os cristãos.
Publicado antes em Vida Destra, 21/01/2021.