Um movimento fadado ao fracasso por falta de união entre seus pares.
Por Márcio Silva, Jornalista e Dr. H.C. em Ciências Humanas. Publicado primeiro em Gazeta de Imperatriz.
“Primeiramente, gostaria de esclarecer que não faço parte de nenhum movimento monárquico, portanto, falo com base no que vejo publicado nas redes sociais.”
A ideia da volta da Monarquia Parlamentar Brasileira é um sonho que permeia o imaginário de muita gente desde a sua queda em 15 de Novembro de 1889. Mas o que pode atrapalhar a realização desse sonho? É disso que falaremos a partir de agora.
Hoje, existem espalhados por todo o Brasil várias Organizações civis voluntárias, a principal delas são os Círculos Monárquicos, uma espécie de associação que agrega pessoas com os mesmos fins e finalidades, sendo a mais importante, a volta da Monarquia ao Governo do Brasil.
Porém, infelizmente, entre alguns membros desse movimento há muito estrelismo e imaturidade, e isso se reflete justamente nos desentendimentos e crises que acontecem por falta de um consenso. Estas “picuinhas” é que vêm provocando a divisão do movimento a muito tempo, por isso que nada de significativo e realmente grandioso é produzido por estes movimentos; pois vivem envolvidos em ataques mútuos e desnecessários recheados de infantilidades e histeria, tudo por causa do excesso de idolatria a pessoa dos príncipes e motivados pela vaidade, e o mais ridículo de tudo, pela total falta de comunicação, já que eles não possuem uma mesma ideia e nem um mesmo diálogo entre si.
É um tal de gente oportunista querendo aparecer, decidir e julgar as coisas condenando quem não faz parte do “clubinho” deles como se fossem eles mesmos os príncipes Imperiais do Brasil. Mas o fato é que estes sujeitos parecem agir assim porque estão visando apenas seus próprios interesses, e para fazer valer estes interesses precisam “eliminar a concorrência”. Talvez, essa seja a principal causa de toda essa problemática e de outras que certamente ainda virão. Esse comportamento “radical” se tornou algo vicioso entre estes elementos que não respeitam a si mesmos, e muito menos os membros da própria família imperial.
Esses indivíduos que chamo de “estrelinhas douradas” sentem tanta necessidade em brilhar que chegam ao ridículo de tentar “ofuscar” e até de se impor sobre a imagem dos Príncipes Imperiais do Brasil. Os estrelinhas sonham e até alucinam acordados, desejando ver suas intenções escusas cumpridas, sempre de olho no cargo de Primeiro Ministro ou em outros títulos que almejam possuir, mesmo que precisem usar de todas as formas pra conseguir isso. Embora não exponham suas intenções, acabam por demonstrá-las através de suas atitudes, sendo essa a provável razão desse comportamento ridículo que eles assumem naturalmente, ao ponto de criar contendas por coisas fúteis, ou de mudar facilmente de lado conforme lhes convêm.
Essa é a verdade por trás de tudo isso que vem acontecendo a tempos no seio desse movimento, pois a sua fragmentação em pequenos grupos “independentes”, é o ponto central de fraqueza da sua espinha dorsal e o que proporciona essa divergência pois não há diálogo, nem troca de informações entre eles, pois lhes falta uma ÚNICA liderança comprometida APENAS com a causa.
Na realidade, estes indivíduos não querem perder seu “lugarzinho cativo no estrelismo” e pra que isso não aconteça agem da mesma forma que os republicanos com suas velhas e vergonhosas táticas, disseminando discórdias, mentiras e buscando apoio através do “vitimismo e da chantagem emocional partidária”.
Agora eu pergunto, “esse comportamento psicótico e mercenário faz parte da nobreza? CLARO QUE NÃO!” Portanto, quem age assim NÃO É MONARQUISTA, e não passa de um OPORTUNISTA que tende a debandar para o lado que lhe convêm quando a situação naquele momento lhe favorecer.
Lamentavelmente, o movimento monárquico brasileiro tende a ficar prejudicado e permanecer estagnado por muito tempo ainda, por causa desses parasitas e oportunistas de plantão. E pior, com o silêncio sepulcral de quem deveria se pronunciar a fim de apaziguar as crises, mas não o faz, por preferir se calar e deixar que “terceiros”, ou os tais assessores vaidosos e sem qualquer conhecimento ou manejo diplomático falem em seu lugar, é que a coisa só tende a piorar. Sempre foi assim, e acredite, isso nunca vai mudar. Por isso que esse Movimento está fadado ao fracasso.
Conclusão:
– Se eles não se respeitam entre si, vivem em atrito com seus próprios irmãos monárquicos, e não respeitam nem mesmo os membros da Família Imperial Brasileira independente de qual ramo sejam, então por que fazer parte disso? Queremos viver num país justo, próspero e em paz, esse era o sonho do Magnânimo, do Imperador D. Pedro II, no entanto, o atual movimento monárquico não nos incentiva e nem nos inspira nestes mesmos princípios; exceto para desentendimentos sem noção, brigas e disputas tolas, sempre motivadas pela má informação, e por fim, vivem divididos em grupos como se fossem partidos de esquerda e de direita.
– A Casa Imperial do Brasil também peca e muito, por não manter um relacionamento direto e mais intenso com os diversos grupos monárquicos que os apoiam, e isso acaba por contribuir com a proliferação desenfreada de “Fake News” causando o tal fogo amigo, “quando os aliados atiram acidentalmente em seus próprios amigos no ardor da batalha”.
– Sinceramente, eu mesmo já estou reavaliando minha visão sobre esse assunto.