A panela de pressão do Golbery

Por Liam Bourn l Follow @LiamBourn on Twitter and Gettr

É triste como a Direita prostituiu os seus ideais em curto espaço de tempo e passou a ver o jogo político através das conveniências imediatas de poder, de modo que até aderir a agenda adversária é adequado, se preciso for, para se manter no poder

A diferença que há do tecnocrata para o revolucionário é a de que o primeiro parte da premissa de que, optando pelo neutralismo, conseguirá ter paz para governar e, motivado por modernismos materialistas e vaidade burguesa da falsa equivalência, conquistará a admiração de todos

O tecnocrata relativista (o positivista e o liberal), no fundo, como um dogmático que raciocina por teorias livrescas francoiluministas, desprovidas de comprovação indutiva, tem como lógica de gestão não aquilo que acredita para a nação, mas aquilo que crê para sua autopromoção. 

O segundo, agindo como estrategista de guerra política e sabendo que o tecnocrata é isso, um egocêntrico preocupado com a autoimagem, um tímido influenciável e imediatista, usá-lo-á friamente como instrumento (ponta-de-lança) para antecipar a afirmação do projeto totalitário

O revolucionário usa a inescrupulosa militância midiática e juvenil para pautar a conduta do tecnocrata, pois sabe bem que, além de impelido pelo pedantismo modernista, ele, como um “pragmático”, preocupa-se mais em atender aos hostis socialistas que os pacíficos conservadores. 

O pautável tecnocrata é o adversário ideal para os revolucionários, seja o globalista, o euroasiático e o narcobolivariano, que visam sequestrar o Estado e as riquezas territoriais do país não pelas armas, mas pelo sistema político. É a verdadeira oposição controlada e permitida. Porque à medida que o tecnocrata se deixa pautar pela insaciável oposição dos revolucionários, frustrando-se, ele perde os seus apoiadores por sua fraqueza, traição e falta de representatividade.

O Rousseau foi certo quando disse quem quem quer agradar todos, não agrada ninguém. O Bolsonarismo não passa de um legado do Regime Militar do “geniais” do Grupo Sorbonne, que acreditam que, uma vez entregando a formação cultural aos comunistas, assumindo apenas a gestão técnica do Governo, arrefeceriam, como se fosse possível, o furor dos seus algozes. 

Quem dera tivessem o denodo e o preparo intelectual de De Gaulle que disse que não há nação de sucesso sem a preservação de suas três identidades metafísicas: a língua, a religião e alta cultura. Não há soberania sem o nacional-conservadorismo. Até os russos já entenderam isso. 

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Golbery do Couto e Silva (Rio Grande, 21 de agosto de 1911 — São Paulo, 18 de setembro de 1987) foi um general e geopolítico brasileiro; um dos principais teóricos da doutrina de segurança nacional, elaborada nos anos 50 pelos militares brasileiros da Escola Superior de Guerra (ESG), sendo um dos criadores do Serviço Nacional de Informações (SNI).

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