O Estado monárquico é como uma família

Por Liam Boun follow @LiamBourn on Twitter and Gettr

“Seja você republicano, monarquista ou anarquista, reconhecer 15 de novembro como o dia da infâmia é admitir a verdade. Seja você cristão, de outra religião ou ateu, reconhecer Judas como um traidor é admitir a verdade. Precisamos fazer as pazes com nossa História!” Abraham Weintraub

A Monarquia está alinhada ao realismo; a república, ao idealismo filosófico. Só um um inculto, sem conhecimento histórico, distraído por modernismos iluministas e desprovido de Pensamento sistêmico para não entender as engrenagens da Monarquia como a mais lógica forma de governo.

Todo republicano confesso raciocina por cacoetes kantianos (fórmulas apriorísticas), isto é, um ideólogo, um utopista, faz dos conceitos teóricos, dicionaristas e livrescos a expressão verdadeira da complexidade da realidade. É um indivíduo obstinado em uma “realidade” fictícia.

A Monarquia é a personificação visual dos valores e da tradição da nação, assim como o guia intelectual e moral do povo, segue a própria extensão natural da lógica hierárquico-familiar, iniciando com o indivíduo, seguindo da família, depois do clã e da tribo, findando na nação.

A natureza segue a lógica padrão e objetiva para tudo. O Pensamento mecanicista dos ideólogos pode eventualmente aceitar a dinâmica das instituições da família e das empresas privadas, mas, por hegemonia cultural iluminista, nega-a para a mais complexa das instituições, o Estado.

Logo, é um paradoxo ser conservador e republicano. Enquanto defende a estrutura lógica daquelas instituições; por convicções ideológicas, nega que elas devam se submeter à dinâmica da temerária abertura republicana do voto universal e majoritário ao cargo principal, só o Estado.

É dizer, para a Monarquia constitucional e hereditária funcionar, o indivíduo deve ser sábio, isto é, cuidado e experimentado para tanto pelos melhores, desde a infância. Já para a República constitucional, a maioria deve ser sábia. Qual é a mais provável para promover a ordem?

Ser republicano é crer que o CEO há de ser escolhido entre e pelo voto de todos os empregados. Os líderes da família ou clã não serão os ascendentes a priori, mas filhos, netos, irmãos e pais tentarão a sorte pelo voto. Para tanto, valerá todo tipo de promessas para ser coroado.

Invariavelmente, isso levará à destruição da unidade familiar e da integridade empresarial, dada a politização do ambiente institucional, à divisão de espíritos e a acentuação dos conflitos de liderança. A lealdade dará lugar à traição. A casa dividida não subsiste, disse Jesus.

Na Monarquia, o espírito do povo tende à integrar a unidade nacional pela lealdade à Coroa, não por interesses terrenos ou arrivistas, mas, racionalmente, por senso de autopreservação nacional, familiar e, ao final, individual, tal como o filho em relação ao pai, a neta à avó.

Com a hereditária e axiológica bagagem da figure head monárquica, gravitando acima como guardião do corpus civili, tende-se a afastar a primazia moral das paixões e partidarismos ideológicos, garantindo o interesse maior ao povo: a proteção da higidez espiritual enquanto nação.

Até mesmo o ideólogo liberal e positivista Herbert Spencer disse certa vez que a República é a mais alta forma de governo, mas para isso requer o mais alto tipo de natureza humana, um tipo que não existe. A República é uma utopia, um produto de deduções, e não de experiências.

Todo Estado em forma de República é um país sem uma cabeça de proa, sem uma figura cerimonial, a referência viva da nossa história como nação e da unidade institucional do país. Quer dizer, é um ajuntamento de gente batendo cabeça, se matando por políticos, ideologias e poder.

E essa cizânia de sem saber de onde vem e para aonde vai só resulta traumas psicossociais, corrói a identidade nacional e a moral tradicional, adoece o espírito do povo, geração por geração, até o Estado, depois de anos de confusão espiritual, não resistir e tombar numa ditadura.

“A Monarquia pode ser facilmente ridicularizada, mas observe os rostos, marque bem os escarnecedores. Estes são os homens cuja raiz principal no Éden foi cortada: a quem nenhum rumor da polifonia, da dança, pode chegar – homens para quem as pedras colocadas em uma fileira são mais bonitas do que um arco arquitetônico. No entanto, mesmo que desejem mera igualdade, não podem alcançá-la. Onde os homens são proibidos de olhar para um rei, eles olham para milionários, atletas ou estrelas de cinema: até mesmo prostitutas e criminosos famosos.

“Pois a natureza espiritual, como a corporal, há de ser servida; negue-lhe comida e ela engolirá o veneno.”

– C. S. Lewis

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