Ditaduras ocidentais do porvir

Por Liam Bourn – follow @LiamBourn on Twitter and Gettr

À medida que o protagonismo financeiro cresce e a ousadia da inteligência militar dos eurasiáticos expande pelo mundo, imiscuindo-se nas instituições de Estados-alvo, mais difícil será para as repúblicas democráticas do Ocidente resisti-los.

As duas potências ditatoriais, motivadas por ambições excepcionalistas e imperialistas, estão objetivamente em vantagem sobre as ocidentais, que, diferentemente da primeira metade do sec. XX, hoje estão integralmente entregues ao niilismo relativista e à subversão ideológica.

Enquanto Ocidente segue a sua agenda cancerígena, os euroasiáticos blindam a sua ordem social (por consequência, a higidez institucional e econômica) contra as ideologias antirrealistas e negativistas do progressismo pós-moderno por uma república protototalitária ou totalitária.

A era do protagonismo da democracia liberal anglo-americana pode estar se findado, que forneceu certa tranquilidade às demais nações para aderi-la. Isso implicará que o Ocidente sofra uma reforma organizacional de Estado a médio prazo para que sobreviva às ameaças euroasiásticas.

Na medida em que resgatará a ordem social. Mas não pela ética cristã tradicional que criou o Ocidente, estabeleceu o direito natural e conferiu senso moral libertário e ordeiro à sociedade, mas pelo fortalecimento do Estado, da eliminação do pluralismo e da liberdade.

Isso tudo obviamente para a conveniência da elite globalista (consórcio de bilionários oligopolistas), que concorre com os euroasiáticos pela dominância imperialista mundial, com seus projetos de nova ordem regional e, por fim, mundial: monismo jurídico e monetário internacional.

Realisticamente, à luz dos princípios de segurança de Estado, não há como as repúblicas democráticas ocidentais, sem o guardião da democracia liberal (EUA) e com o seu povo moral e intelectualmente degrado por ideologias (armas de guerra híbrida), resistirem institucionalmente.

Ora, quando radicalmente qualquer um pode ascender aos cargos quaternários estaduais e nacional e vitalícios de superposição, as nações republicanas terão seus políticos e partidos facilmente dirigidos pelo Capital e Inteligência estrangeira: a atuarem sob troca de interesses.

Afinal, os Donos do Poder no Ocidente não irão oferecer a oportunidade de perder as suas fontes de riquezas alimentícias e recursos naturais para a ameaça euroasiática – que outrora ajudou a criar (vide NEP e Diplomacia Ping-pong), mas que hoje o Monstro já tem muita autonomia.

E uma vez as nações ocidentais sendo controladas pela elite financeira e burocracia estatal, decidindo a moral conforme não os valores universais e tradicionais, mas segundo o formalismo ideológico e o voluntarismo do momento, um novo período de pogrons e barbáries se avizinha.


Objetivamente, qual a implicação negativa ou positiva ao projeto de Estado soberano do Brasil, se o Jair renunciar a favor do Hamilton? Acaso o Brasil piorará como o principal Estado fantoche e neocolonial de potências imperialistas euroasiáticas e do consórcio plutoglobalista?

Acaso a oligarquia dominaria, ainda mais, o Estado e instauraria o tão sonhado Semipresidecialismo fisiológico, especialmente através de seitas que institucionalizaram o tráfico de influência? Acaso o mercado reagiria prejudicando sobremaneira a recuperação do país intra-COVID?

Acaso o investimento bélico e nuclear seria fortalecido, de modo que o Brasil sairia da condição de mero faxineiro da ONU e, sobretudo, da constrangedora condição de refém de suas recomendações (leia-se: imposições) legais costumeiras revolucionárias e antinacional-conservadora?

O comportamento gregário é mais fácil de aderir pelos incultos, distraídos e vaidosos. Todas as ditaduras ideológicas foram instauradas por discursos simplistas e sedutores de salvacionismo e emergencialismo, fundados em ideais coletivistas, revolucionários e voluntaristas.


O totalitarismo foi o resultado de espíritos medíocres convencidos do imperativo moral materialista e idealista de erigir o paraíso terreno. De fato, nunca quiserem garantir as liberdades civis, mas exibir poder e intervir na transformação da realidade segundo a própria imagem.

“Por que a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa devem ser permitidas? Por que um governo que está fazendo o que acredita ser certo vai se permitir ser criticado? As ideias são coisas muito mais fatais do que as armas.

Eu custo acreditar que este estado de coisas provém só da leniência do Quixote, exclusivamente de sua inabilidade de antevidência política, de sua imaturidade intuitiva de lê personalidades e da sua falta de presença de espírito contra as artimanhas do poder interno e externo.

Ou seja, ele foi e está, de fato, calçado por uma maioria de fracos, despreparados e inocentes aventureiros, que não imaginaram que enfrentariam um Leviatã nacional e internacional, ingressando em uma jornada sem meios adequados e necessários para garantir o projeto de governo.

A única estratégia foi depositar fé nas balizas espirituais dos indivíduos que são da elite do poder, pressupondo que todos seriam subjugados só por intimidação pela presença de bravatas e músculos verde-oliva e, pior, metonimicamente, crendo na lealdade patriota do bloco bélico.

Eu não duvido das intenções do deputado federal e príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança quanto à Restauração, mas penso que ele está errando na estratégia. O fato de ele pôr como objeto principal do debate o sistema parlamentarista, deixa a forma de Governo (Monarquia ou República) como uma questão acessória e estética.


Essa opção só reforça o objetivo do Sistema de estabelecer o parlamentarismo como (falsa) solução, blindando o conceito de República. E, por esta opção, falha constitucionalmente, na seção da Organização dos Poderes, quando normatiza sobre a opção da natureza da Chefia de Estado.

Falha porque é um erro tanto político quanto jurídico equivaler as prerrogativas do Chefe de Estado monárquico (Imperador) às do Chefe de Estado republicano (Presidente) em um sistema parlamentarista, como fosse uma opção sem tanta relevância. Há diferenças ontológicas abissais.

Não sei qual a estratégia quanto à Libertadora. Mas se a República é uma utopia, sendo parlamentarista, então, é pura distopia. No Brasil, tal modelo culminará na institucionalização da cleptocracia que estará em simbiose com os euroasiáticos e os plutocratas globalistas.

Todas as repúblicas, especialmente as parlamentaristas, não foram instauradas à toa, logo depois das convenientes e sequenciais quedas das monarquias católicas brasileira e europeias no período final do séc. XIX ao início do séc. XX, garantindo a hegemonia do Império britânico.

Desde então todas as repúblicas foram engenhosamente instauradas para minar a unidade nacional da nação-alvo e a integridade intelecto-moral do povo por meio da promoção de um ambiente de instabilidade institucional e crise espiritual dado o conflito político-ideológico contumaz.

O Jair, os generais, os políticos, os burocratas, os esquerdistas, os liberais, os neocons e o povão perderam a sensibilidade para o absurdo, estão desumanamente cínicos nos seus confortos covardes, paixões ideológicas, vícios carnais de poder e omissões estupidamente criminosas.

Resta só uma minoria que ainda guarda uma sã consciência, visando o interesse público, a defesa nacional e os princípios universais da vida, liberdade e propriedade, independentemente de paixões terrenas, ideológicas e materiais. É dizer, o Brasil está espiritualmente arruinado!

Espiritualmente acabado, tanto no sentido filosófico quanto psicológico e, sobretudo, teológico. O grau de cinismo está semelhante aos idos durante o qual psicopatas encontraram a passividade da elite e do povo para instaurar distopias totalitárias que prometiam a utopia terrena.

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