Valdinei Martins: liderança carioca do Movimento Conservador

O líder estadual do movimento conservador conversou com a Tribuna de Santa Cruz, para trazer aos leitores uma visão geral sobre conservadorismo, objetivos do movimento e quais os diferenciais do grupo que construiu campanha e sustenta o mandato do deputado estadual por São Paulo, Douglas Garcia.

Valdinei Martins se define em suas redes sociais como cristão, carioca e conservador.

Um pouco mais de conversa e notamos um homem obstinado em ajudar o Brasil a reconhecer suas tendências, a razão delas e assim, saber combater e reverter o resultado de tanta doutrinação e experimentação social praticada, vivida atualmente por todos, o que tem transformado a vida (outrora trabalhosa, mas com suas compensações), num verdadeiro campo de guerra. Martins conversou com a Tribuna via telefone, na semana seguinte à prisão do deputado federal Daniel Silveira, numa ambiente de recomeço e resistência. Acompanhe:

TSC: Obrigada por falar conosco, o movimento tem resultados que geram bastante admiração no meio da direita brasileira. Pode orientar nosso público sobre o trabalho de movimentos como o Movimento Conservador?

MARTINS: Há poucos anos, falar em movimentos organizados ou formação de base, era quase uma identificação esquerdista. O combate ao lulopetismo e depois a eleição do Presidente Bolsonaro mostraram que somos muitos e que temos força. Faltava agrupar de forma organizada essas pessoas. Daí a sociedade passou a ver a importância desses movimentos.

TSC: Qual o objetivo do Movimento Conservador a curto, médio e longo prazos e como as pessoas podem ajudar?

MARTINS: O Movimento Conservador se diferencia da maioria, principalmente por dois aspectos: primeiro o fato de não nos limitarmos ao confronto com a esquerda, nem à defesa de um “petismo de sinal trocado”.

Demonstramos, através de análises, teses, discussões variadas, a importância de se apoiar o Presidente Bolsonaro e como isso está diretamente relacionado à essência da nossa sociedade.

Em segundo lugar, nos dirigimos às pessoas de forma simples e direta. Embora tenhamos em nossos quadros eruditos e intelectuais, colocamos toda a estrutura à disposição das pessoas mais simples para que elas aprendam, entendam e participem.

TSC: Perfeito, essa consciência de que o conservadorismo é a postura dos mais simples, muitos dos quais durante bastante tempo ficaram relegados à espiral do silêncio, a ponto de serem mal interpretadas, como aprovando a revolução degradante de esquerda havida nos últimos anos. Como se descobriu conservador e conectou com o movimento e na condição de cariocas, como podemos ajudar o Rio? E nas cidades fora do Rio?

MARTINS: O conservadorismo é regado, ainda que inconscientemente, todos os domingos nas Missas e Cultos no Brasil. A doutrina cristã é o fundamento do conservadorismo. Todo o resto é importante, mas o fundamento resiste às mais devastadoras catástrofes e sempre podemos reerguer o edifício.

Quando era adolescente, me envolvi em movimentos estudantis de esquerda. Quando via e ouvia coisas como “enfiar grávidas no antigo Museu do Índio (que a esquerda chama de Aldeia Maracanã), para dar mídia quando a PM jogar bomba”, isso confrontava os ensinos bíblicos que recebi e me constrangia no espírito.

Depois, bastou estudar. O Movimento Conservador veio através do Dep. Federal Márcio Labre, o qual, em 2018, me apresentou ao Wellington Santos e este ao Edson Salomão, então presidente do Direita São Paulo.

Considerando nossos valores e o cenário de velha política e até extrema esquerda encontrada nas cidades, quanto mais você aprende sobre valores conservadores, suas atitudes mudam. Você se torna melhor como cidadão, empreendedor, cria seus filhos de forma mais cuidadosa… só isso já traz enormes benefícios à sociedade. Depois disso, transmitimos esses valores através dos encontros, eventos, meios de comunicação… Por fim, atuamos junto às esferas de poder, buscando produzir benefícios concretos à sociedade.

TSC: Muitos tem dúvida em como ser conservador nesses lugares ou ambientes, por exemplo num Rio de Janeiro dominado por políticos fisiológicos, de esquerda, grupos de interesse, etc? Qual orientação pode deixar?

MARTINS: O segredo é não tratar o conservadorismo como teoria, utopia ou coisa abstrata. Olhe as pessoas. Na maioria das organizações da esquerda há meia dúzia de mentiroso hábeis e um monte de gente enganada. Precisamos descobrir qual é o foco desse engano, qual é a isca usada. Depois atacamos este foco. Erram aqueles que atacam os desarmamentistas, por exemplo. Meia dúzia de teóricos os manipula através do medo. Precisamos atacar o medo e salvar as pessoas.

TSC: Nesse panorama, como identificar linhas políticas e diferenças entre conservadores, centrão, esquerda… pode falar sobre o P.C.O. que confunde e causa raiva nos anti-esquerdistas radicais, tão presentes na direita, quando suas postagens agradam a lógica conservadora e ganham adesão ?

MARTINS: Bom, o liberalismo, como é praticado no Brasil, é pautado pelo bem-estar social. Este bem-estar altera conforme fatores diversos e a conveniência política. Enquanto isso, a esquerda é motivada por ideologia. A ideologia ignora as necessidades e interesses dos indivíduos e eventuais consequências colaterais. Vide o “fique em casa”. Já os conservadores são motivados por princípios e valores. Estes princípios valores, muitas vezes transcendentais, servem tanto de freios quanto de impulsos.

O PCO é um caso interessante na esquerda, pois é o único partido de esquerda que mantém coerência lógica nas pautas que defende, independente das conveniências políticas. Já procurei exemplos nos Estados Unidos e na Europa e não encontrei.

O PCO defende o armamento civil, assim como os conservadores. A diferença está nos fundamentos e no objetivo. O nosso fundamento é a liberdade. O deles é a luta de classes. O nosso objetivo é a defesa do indivíduo e por consequência, da sociedade. O objetivo deles é a tomada de poder através da revolução. Para nós, o cidadão armado protege o Estado. Para eles, o cidadão armado derruba o Estado para a implantação de um novo. Depois disso, este novo Estado desarma a população. As semelhanças são apenas aparentes. Mas admiro a firmeza que eles tem de defender abertamente o que acreditam.

Muito obrigada pela entrevista, que o movimento conservador cresça cada vez mais e alcance resultados no Rio iguais ou superiores ao padrão de São Paulo, afinal a tendência é sempre melhorar, não é? Apesar de ser muito difícil competir com Douglas Garcia e seu gabinete.

Para o Tribuna Entrevista, por Renata Araujo.

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