
O sonho acabou e a guerra encrudesceu
[Opinião]
GRAMSCI: “Não tomem quartéis, tomem escolas e universidades; não ataquem blindados, ataquem ideias gerando dúvidas e propondo o diálogo permanente, nunca apresentando certezas, mas devem estar preparados para preencher as dúvidas antes que a consciência individual o faça; não assaltem bancos, assaltem redações de jornais; não se mostrem violentos, mas pacifistas e vítimas das violências da direita”
OLAVO: “Direita burra? TODA a direita é burra. Se não fosse, jamais teria caído na esparrela de eleger um presidente da República antes de haver conquistado, para defendê-lo, ao menos um pedacinho da mídia, do aparato universitário e do mundinho chique de juízes e desembargadores.”
Saia das redes e vá guerrear na guerra cultural, no âmbito da vida real, urgentemente.
Enquanto você está nas redes subindo ‘hashtag’ para ‘deputags’ que não trabalham, eles estão deixando de lado suas atuações vinculadas, as quais não podem ser delegadas, quando a presença nas redes é algo que pode ser delegado à militância.
Por falar em militância: os que não foram presos, ignorados ou processados, receberam recentemente mais um insulto do Presidente. A mais inteligente e participativa foi chamada de “direita burra” e a mais fanática e acéfala é a “esperta”. Parece que o Presidente agora também pratica a dialética revolucionária do duplipensar.
A atuação que esperávamos dos deputados da base era: obstruir, embaraçar, contra-atacar, propor medidas legislativas e extrajudiciais, para não permitir que as pautas esquerdistas avancem ainda mais sobre os costumes nacionais.
Isto é algo que só deputados podem fazer no âmbito legislativo, parece que eles não entenderam isso, apesar de ser óbvio.
Temos visto com muito assombro os posicionamentos do nosso Presidente, que sim continuamos apoiando, mas como voto útil em 2022; mas não mais com a convicção d’alma que havia anteriormente.
Isto é compreensível, uma vez que votamos no projeto de governo que outras pessoas elaboraram (o ex-ministro da educação Abraham Weintraub, com seu irmão Arthur e Onyx Lorenzoni) e estamos recebendo positivismo e articulações em troca. Votamos em D. Pedro II e estamos recebendo Marechal Deodoro.
Além disso, temos visto avanços progressistas em pautas odiosas como jamais imaginamos num governo conservador. Mais do que simplesmente irritantes ou descabidas essas pautas afrontam sobremaneira a existência de todos.
Por exemplo a permissividade com a linguagem neutra em meios acadêmicos públicos e eventos oficiais, o que vem sendo propagado e virá com força no ano que vem.
Principalmente se considerarmos as cortes ‘iluministas’ que temos, as quais se orgulham de ser ‘contramajoritárias’, ou seja, atuarem deliberadamente contra a vontade das maiorias afrontando assim o próprio conceito natural de democracia, qual seja a vontade da maioria.
Essa questão da linguagem e do poder da nominação das coisas (que o professor Olavo de Carvalho e seus alunos falam com tanta ênfase) se deve ao simples fato de que “aquele que tem poder de nominar as coisas tem o poder” como o Flávio Morgenstern falou recentemente em um de seus geniais podcasts.
Na verdade entendemos a necessidade de governar e que algumas articulações devem ser realizadas porém, o positivismo se tornou odioso para o Brasil, porque vem trazendo prejuízos desde o golpe republicano de 1889.
Esses positivistas mantém o poder no Brasil há mais de século, seja pela política ou por sociedades fechadas e clubes, e não vão abrir mão; mesmo diante da contrariedade de seus atos em relação à vontade do povo brasileiro (na sua maioria cristão ou pelo menos dotado de valores cristãos).
O positivismo é ateu, humanista e iluminista, acordem, são coisas diferentes! Numa guerra, não se concede espaço para inimigo!
O inimigo avança sobre o seu campo (idioma, valores, gênero) e você contra ataca igual ou pior! O inimigo avança sobre a sua família ou sobre a sua definição do que é homem e mulher, sobre as expressões que se usa há séculos e você contra ataca com força igual ou superior! O inimigo avança sobre seu poder familiar, visando tornar seu filho propriedade do Estado, invade sua privacidade e liberdade de expressão com politicamente correto e você contra-ataca com força igual ou superior!
Não estamos falando de violência, se trata de ideias, doutrina, pregações e ocupação de espaços filosóficos e sociais. Aonde estão os podcasts, canais, jornais, artigos científicos? Inclusive dos professores de português, linguística e neurociência se insurgindo contra essa abominação de linguagem neutra? Aonde estão os advogados conservadores entrando com ações populares e interpelações contra deputados que não cumprem as promessas da campanha; alunos conservadores cancelando matrículas? Mudando de escola e universidade com reclamações expressas e até ações ajuizadas contra doutrinação, má-prestação de serviço e publicidade enganosa? Se queixando e protocolando ações e reclamações contra professores progressistas, diretores progressistas? Será que nos acostumamos a escravidão durante tanto tempo, que não temos mais força?
Engraçado que, enquanto fui professora, vi ações contra outros professores apenas por chamarem o aluno de “gordinho”, agora, por não cumprir contrato e por praticar doutrinação (fraude educacional) não se faz nada?
Será que não percebemos que isso levará à aniquilação da nossa vida como entendemos razoável? Entram nas nossas casas, proíbem o debate tutelando nossos pensamentos e até conversas no whatsapp e redes sociais, roubaram os nossos canais de televisão, rádios, teatro, quadrinhos, cinema, roubaram as escolas nossos filhos. Quando vamos reagir, nem que seja montando as mesmas estruturas, mas livres dessas doutrinas?
Enquanto você está subindo ‘hashtag’ o seu filho está recebendo uma aula online com professor exaltando Karl Marx; sua filha está escutando música de uma cantora que está ressaltando a mesma figura; o influenciador preferido do seu filho está dizendo que é necessária uma ação efetiva para regular as redes sociais e ainda, demonizando aquele cursinho que você faz na plataforma do seu professor conservador favorito. Quem está vencendo?
E o que você faz? Você fica no Twitter/Facebook compartilhando textos que serão deletados, que ensejarão processos criminais e cíveis contra você, defendendo um Presidente que se for cobrado, te chamará de direita burra!
Todo mundo erra, sim eu sei, eu também já errei muito por omissão, mas não mais! Pensei escrever esse texto no jornal para o qual colaboro, mas sabendo das dificuldades que vivemos, resolvi compartilhar aqui nesse veículo, que visa a formação do imaginário e a divulgação de pensamentos conservadores.
Aqui se trata de um espaço de opinião e eu estou dando a minha. Precisamos que todos os profissionais conservadores saiam do seu ostracismo e coloquem a suas caras ‘no sol’. Se você é professor de português, de história, física, até matemática, qualquer matéria que seja pertinente: desconstruam fundamentadamente coisas como “matemática negra”, “linguagem neutra”, probabilidades e estatísticas absurdas, hegemonia de pensamento, simplesmente se posicione, publicamente, por audio, video ou por escrito!
Sim eu estou muito preocupada com isso! A inteligência jurídica já foi totalmente corrompida! Ocupa a mais alta Corte do país e outras cortes superiores nos Tribunais Regionais e serventias da primeira instância, as quais ocasionalmente ‘metem o bedelho’ onde não são chamados e querem contestar atos de outros Poderes. As faculdades de história, jornalismo, ciências sociais, antropologia, bem como as escolas já estão infestadas desses agentes de militância travestidos de educadores.
Nossos deputados e senadores eleitos como base do Presidente agora ‘viram a casaca’, traem suas propostas de campanha e nós aceitamos. Diante disso temos que ingressar com pedidos de impeachment, interpelações, reclamações, por e-mail, por vídeo, confrontando e dizendo: “votei em você para que fizesse isso”, “votei em você para que fizesse aquilo” e não ficar ‘passando pano’ como temos visto com relação alguns ‘deputags’ e traidores.
“Votei em você para que contra-atacasse todas as medidas que deputados de esquerda fazem”. Por exemplo: “a esquerda montou um grupo de debates, um grupo de trabalho para cobrar ministérios, vocês tem que montar também”! É guerra! Deputado que vive na internet não tem que se reeleger! Simples assim e tem que saber fartamente do seu eleitorado por que não está sendo reeleito.
Se puder escrever sobre, escreva. Não apenas diga o que não está sendo feito e o que você esperava que se fizesse na rede social. Coloque sempre como opinião, pois isso ainda não cassaram, escreva longamente. Se você não ofender com palavras de baixo calão e ameaças criminosas, mas apenas utilizando argumentos, poderá falar livremente.
Por exemplo: “votei em você para que votasse a favor da revogação do estatuto do desarmamento; que atuasse para derrubada da PEC da bengala; que impedisse avanço de “aborto/profilaxia da gravidez/interrupção da gravidez” etc. Porque, se verificar bem, todos os problemas que ‘deputags’ enfrentaram, se deram pela sua atuação nas redes, ao invés de atuarem nas funções institucionais.
Você pode achar que isso dá muito trabalho, mas eu lhe garanto que todo trabalho que tivermos num ambiente de relativa liberdade é melhor do que viver numa ditadura comunista, como está sendo experimentado agora pela Venezuela e pela nossa irmã Argentina.
Um advogado produz com relativa rapidez peças de 40, 50, 100, até 150 páginas, por qual razão não podemos produzir textos-livres conservadores?
Meio digital é muito válido para pensamentos como esses que ora escrevo, mas o ideal é escrever livros impressos, mesmo que em coletâneas; pois, se sabemos hoje que Burke se insurgiu contra a Revolução Francesa durante a própria revolução, foi porque ele deixou escrito.
Sabemos que existiu um casal de santos chamado Priscila e Áquila, porque o apóstolo Paulo deixou escrito na Santa Bíblia, senão a memória dessas pessoas teria se perdido história da civilização ocidental. Esse é o poder do livro, escreva! Se estiver sem ideias, escute podcasts de geniais alunos do professor Olavo (Guten Morgen, Instituto Borborema, Oliver Talk, etc) e o próprio Professor.
Leia livros indicados pelo professor Olavo e outros influenciadores abalizados, não de gente rasa (sabemos a essa altura quem são os rasos). Faça uma pesquisa, como no tempo da escola, buscando historiadores honestos como Paulo Rezzutti, João Camilo de Oliveira Torres, Oliveira Lima e outros; sem falar nos professores do Brasil Paralelo e suas iniciativas, como Marcos Boeira, Rafael Nogueira, Luís Philippe de Orleans e Bragança, Percival Puggina.
Algum fato te deu repulsa? Pesquise e escreva. Admirou alguma figura destacada, como por exemplo a procuradora Lindora Araújo (que está verificando se houve abusos no âmbito das investigações da Lava Jato)? Esclarecermos os trabalhos e iniciativas da PGR para desarticular esses grupos ‘lava-jatistas’ será de extrema valia no desmonte de narrativas! O desmonte de uma mera crítica ao alarmismo (que não é obscurantismo) no trato da pandemia também é válido. Escreva!
Ao votar em um candidato e para se manifestar sobre uma discussão qualquer, faça pesquisa e divulgue seus pensamentos, busque na internet suas teses, escritos, monografias e veja o que realmente pensam, antes de sair endossando, só porque é bonitinho ou por que você gosta; só isso eliminará muitos dos nossos problemas.
Você que é ator, comediante, roteirista, escritor: o pessoal do Canal Hipócritas está com projeto para vocês. Caso esteja viciado no Tik Tok apesar dos perigos de vazamento de dados, use-o para divulgar pensamentos entre os jovens, precisamos disso!
Use as redes sociais apenas para divulgar esses conteúdos, mas essa é a grande mudança de mentalidade da direita atualmente, redes sociais servem apenas para divulgação do conteúdo que estiver mais profundamente abordado em outros lugares. É o que devemos fazer, esse é um caminho sem volta ou então perderemos a guerra e seremos escravos.
Estar na maioria silenciosa tem alguns benefícios imediatos, mas nos momentos decisivos é a nossa desgraça. Reaja, não deixe isso acontecer. Principalmente quando todas as instâncias decisórias, influenciadoras, educacionais, de um Estado estão na mão do seu inimigo.